sexta-feira, 19 de setembro de 2014

FEIRA ORGANIZADA PELA ESCOLA ARISTARCO CARDOSO DISCUTE TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO


Por Patrícia Mirelly

Atividades produzidas nas disciplinas de Ciências Humanas, que renderam até uma entrevista com ribeirinhos e visitas às obras do Cinturão das Águas, podem ser conferidas na primeira Feira de Ciências da Escola Estadual de Ensino Médio Aristarco Cardoso, aberta na manhã de ontem sob a organização dos professores, funcionários e alunos da instituição.

A maior obra de infraestrutura hídrica do país é tema de projeto que discute a transposição do rio São Francisco nas “duas faces de sua história”, do Império de Dom Pedro Segundo, quando já se propagava a transferência de um pedaço do rio para os estados do nordeste setentrional, ao governo do ex-presidente Lula, época do lançamento das obras. Assuntos delicados como câncer de mama e gravidez na adolescência também fazem parte da exposição.

               Professor Edilson Leandro, coordenador do projeto
Segundo o coordenador do projeto, professor Edilson Leandro, a proposta é “deixar a população a par das obras da transposição”. Ele defende a transferência das águas, mas diz que é preciso conhecer “as duas faces” da construção.

A professora Paula Teixeira, também favorável as obras, acredita que elas poderão mudar o perfil do povo nordestino aos olhos das outras regiões do país, que ainda os têm como povo sofrido. “Não há progresso sem mexer na natureza, mas de forma moderada”, argumenta. Teixeira enfatiza que o projeto de pesquisa desenvolvido na escola, além de mobilizar a comunidade estudantil, contribui para construção da autoestima, do compromisso e da criticidade dos alunos.



Atrações

Entre gráficos, maquetes, painéis informativos e ilustrativos, apresentações culturais e barracas, os visitantes da feira também podem conhecer a sala onde está localizada a Caatinga, único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. No local são abordados diversos assuntos, como o desvio por onde vão passar as águas transpostas do São Francisco, guiados pela reprodução de sons de pássaros. O chão também foi coberto com raspas de madeira, para lembrar o solo próprio de desse tipo de vegetação, além de galhos de árvores postos nas laterais da sala. A atração maior fica por conta de um jumentinho, que faz as boas vindas aos participantes.

           Alunos do Adalberto Leite Tavares, Visitando a feira.
A professora da escola Adalberto Leite Tavares, Isabel Cristina, acompanhada da turma de 5º ano do fundamental menor avaliou a feira como “riquíssima” tanto para os alunos quanto para o público. Ela diz que as exposições despertam a curiosidade das crianças e leva a pensar sobre a construção coletiva.

Já Cícero Serafim da Silva, de 17 anos, considera a “tenda musical”, na entrada da feira, o principal atrativo. Nela, alunos, ao som de um violão, entoam sucessos do rei do Baião à músicas atuais.

Outra atração é a sala da saúde que aborda temas delicados à vida feminina, como o câncer de mama. Os cuidados com a gravidez na adolescência também são lembrados.

A intenção, de acordo com professor da disciplina de Educação Física, Assuero Fernando, é mostrar aos jovens a importância do autoexame e da prevenção da gravidez precoce. A Secretaria Municipal de Saúde cedeu cartilhas informativas e os materiais utilizados pelos alunos nas explicações dos temas.

O público ainda pode conferir uma barraca sobre o uso de ervas medicinais, além de poder saborear o chá feito das plantas. Uma tenda com obras do escritor e dramaturgo pernambucano, Ariano Suassuna, também fazem parte das exposições.


Mais sobre o projeto “Transposição do Rio São Francisco em duas faces da história”


A curiosidade de uns e a falta de conhecimento de outros, sobre o projeto de transposição do rio São Francisco, foi o que levou a escola abraçar a causa, explica a professora de História, Socorro Linard. A inquietação gerou uma pesquisa científica sobre o tema, desenvolvida pelos alunos em meados de fevereiro, com o objetivo de fazer um resgate “histórico-geográfico”, através de pesquisas e análises críticas sobre os diferentes impactos provocados pelas obras ao longo dos anos, nas “duas faces da história”, do Brasil Império à República.












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